28.6.06
|»| Das dezenas de mails que recebo diariamente, entre eles ficheiros de Powerpoint, que raramente vejo, escolhi um desses, com uma sugestão no mínimo interessante.
Num misto de ecologia/vingança, sugeria-se que, ao marketing que é feito, semanalmente, junto das nossas caixas de correio tradicional, se respondesse na mesma moeda. Na prática, seria pegar nos envelopes RSF que vêem juntamente, colocar a papelada, não preenchida, e devolver ao remetente. Conclusão: a empresa teria que pagar o envio duas vezes (remetente > destinatário > remetente).
Quem diz estes casos diz outros. Diariamente é às carradas a papelada que atulha os receptáculos. E que tal pegar nisso tudo (p.e. do Continente, Lidl…), juntar uns quilos e devolver? Da mesma forma que chateia os alvos da campanha, este procedimento também iria incomodar, certamente, os remetentes…
São ideias, ecológicas e tudo, mas após uma súbita “sede de vingança”, surgiu-me a seguinte interrogação: olhando para o panorama económico do País, e se eu tivesse uma empresa, não gostaria que boicotassem a divulgação dos meus produtos? Afina de contas, só compra quem quer!
Resumindo e concluindo, não me posso queixar, já que tenho um Ecoponto junto à porta de casa, logo, só tenho o trabalho de pegar na papelada e mete-la no contentor azul… e não deixo de ser “amigo do ambiente”.
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23.6.06
|+| O mistério do quarto 311 do Hospital D. Pedro em Aveiro (facto verídico).
Durante alguns meses acreditou-se que o quarto 311, do hospital Dom Pedro em Aveiro, tinha uma maldição. Todas as sextas-feiras de manhã, os enfermeiros descobriam um paciente morto neste quarto da unidade de cuidados intensivos! Claro que os pacientes tinham sido alvo de tratamentos de risco mas, no entanto, já se não encontravam em perigo de morte.
A equipa médica, perplexa, pensou que existisse alguma contaminação bacteriológica no ar do quarto. Alertadas pelos familiares das vítimas, as autoridades conduziram um inquérito. Os utentes do 311 continuaram, no entanto, a morrer a um ritmo semanal e sempre à sexta-feira.
Por fim, foi colocada uma câmara no quarto e o mistério resolveu-se: todas as sextas-feiras de manhã, pelas 6 horas, a mulher da limpeza desligava o ventilador do doente para ligar o aspirador!!!
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22.6.06
|º| No rescaldo do Portugal x México (2-1) aqui fica um apontamento, muito a propósito, de Miguel Esteves Cardoso:
Bonitos são os pontos a bater contra a tabela
Ontem foi mais um belo dia para a selecção portuguesa. O jogo de treino com o México correu bem e os mexicanos fizeram o favor de se esforçarem, para o realismo ser maior e para se poderem exercitar os nossos jogadores.
De momento o nosso maior inimigo são os nossos olhos, esses traidorzinhos. Querem ver futebol bonito e futebol-espectáculo, os tontaços. Resmungam e grunhem e fazem grigri com as unhas nos braços dos cadeirões. E porquê? Só porque Portugal quando joga não faz lembrar a Companhia Nacional de Bailado em corrida aberta, a passar um cestinho com flores de mão em mão.
Os olhinhos têm quatro anos à frente para ver esses rodriguinhos. E caso tenham pressa, há outras selecções neste Mundial que talvez estejam dispostas a fazer o sacrifício do bem pelo belo; a troca do resultado pela exibição, dos pontos pelos golos; do jogo pelas jogadas; da vitória real pelas vitórias estéticas e morais.
Jogar mal, jogar mal até à vitória final: mesmo que fosse este o plano (que obviamente não é, mas exageremos para realçar melhor) quem é que preferiria o contrário? Não é para a vitória final que estamos a jogar? E temos perdido? Perdemos um único ponto? Não.
As grandes potências do futebol bem gostariam que aceitássemos o "nicho" de equipa muito jeitosinha que nunca chega ao fim - uma versão "euro", pálida e melancólica do futebol do Brasil. Depois dizem-se desiludidas quando jogamos não por jogar mas para ganhar, por muito feio e fechado que o jogo tenha de ser por causa disso. Pois que se desiludam à vontade.
Portugal parte para o jogo com a Holanda com três vitórias, os jogadores descansados, uma determinação sólida e a preparação física e técnica para continuar a ganhar. (Ena, esta última frase até parece à séria.) Melhor não podia ser. Se os olhinhos se queixam de falta de bonitos, eles que puxem pela memória que na carreira recente da selecção há muita boniteza por onde escolher. Pois sim, dos tempos em que ficávamos pelo caminho.
Portugal parte para o jogo com a Holanda com 9 pontos. Quantas equipas deste Mundial acumularão 9 pontos? Até aqui, só a Alemanha e Portugal. E, para além destes dois, só o Brasil e a Espanha – se ganharem os últimos jogos – poderão juntar-se a este glorioso Clube dos Nove Pontecos de que falámos ontem. Serão, no máximo, apenas 4 equipas entre 32 equipas. É muito bom! O resto são só fitas.
E a rapaziada que descanse, que a seguir vêm dois jogos fáceis, com a Holanda e depois com o Equador (ou, mais fácil ainda, a Inglaterra)!
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8.6.06
|”| A ideia era boa, era! O projecto era grandioso, a mulher portuguesa sentiu-se lisonjeada e acorreu em massa ao Estádio Nacional para formar a bandeira das mulheres.
Nos dias que precederam a festa, as facilidades multiplicaram-se: haveria transporte e alimentação gratuitos para todas e ainda os pequenos brindes que todas gostaríamos de trazer para os filhos que ficaram em casa com o pai. Fomos de todo o país, do Minho ao Algarve e até das ilhas! Até nos pediram para levar o lenço de minhota!
O pior foi que os senhores da (des)organização não sabiam que em Portugal havia tantas mulheres e ficaram atarantados (como dizemos à boa e velha maneira minhota) quando elas invadiram o estádio aos milhares. O transporte, tivemos; e o resto? A alimentação nem a vimos, ou, se alguém a viu, não fomos todas; só as que chegaram primeiro, porque estavam mais perto.
Debaixo das altas temperaturas que se fizeram sentir e do sol que nos escaldou as cabeças, não havia que comer e a água estava exposta dentro do recinto da festa sem nos ser distribuída. Quando a pedimos aos organizadores que ufanamente exibiam o seu crachá, como se fossem donos do mundo, ninguém a queria dar. Tivemos que gritar em coro "Queremos água! Queremos água!". Muitas entraram em pânico, muitas desmaiaram com o calor e a fome. Valeram os bombeiros de Linda-a-Pastora (bem hajam!), que a todas socorreram com carinho e atenção.
Sabem então o que fizeram os "festeiros"? Começaram a atirar garrafas de água pelo ar, por cima das nossas cabeças. Quem apanhou, bebeu, quem não apanhou, passou sede. Vi pessoas que partiram as cabeças com garrafas que vieram pelo ar; vi pessoas que magoaram os dedos ao tentar apanhá-las; vi milhares atropelarem-se bancada abaixo, porque estiveram mais de quatro horas sem comer e essencialmente sem beber nada, expostas ao sol tórrido; vi o pânico e a raiva multiplicarem-se. Os bombeiros não tiveram mãos a medir!
Entretanto, o senhor animador anunciava repetidamente ao microfone que todas iríamos participar na formação da bandeira; poderíamos estar sossegadas nas bancadas que todas iríamos ser chamadas; haveria lugar para todas... Todas!
Por volta das 16h, quando as mulheres se aperceberam de que a bandeira já estava em formação, muitas se precipitaram para o acesso ao relvado, sem regra. Umas entraram, outras não. Muitas vieram embora (como eu) sem querer saber sequer da bandeira, revoltadas com o desprezo e a mentira a que foram votadas.
Eu levantei-me às 4h da manhã de sábado, deixei os meus filhos com dois e sete anos com o pai em casa, fui de Caminha a Lisboa para ser enganada, gozada e maltratada. Como eu, também o foram todos os milhares de mulheres a quem prometeram que iriam participar na bandeira e não contaram. Como eu, também o foi a senhora a quem deu uma trombose no recinto que se repetiu na viagem de regresso, dentro do meu autocarro, ao voltar para casa devido a problemas de saúde antigos agravados pelas más condições a que foi sujeita durante o dia. Foi tudo tão bonito e emocionante na televisão!
Nunca mais tratem assim a mulher portuguesa, porque nós não merecemos. Merecemos mais respeito e atenção porque muito de bom que o país tem é dado por nós. Continuamos a ser o maior pilar português.
Agora, só me resta lavar e guardar o lenço de lavradeira que orgulhosamente exibi em Lisboa, a capital que tão bem nos soube acolher, e esquecer para sempre a mais bela vergonha do mundo por que passei na vida.
Cristina Queirós Marante
(Vilar de Mouros)
P.S. Tudo o que afirmo aqui é verídico e pode ser confirmado junto da corporação de bombeiros de Linda-a-Pastora, junto dos responsáveis pela organização distrital deste evento (nomeadamente o IPJ), em Viana do Castelo, e pelos bombeiros municipais de Santarém, que socorreram a senhora do meu autocarro, na estação de serviço de Santarém, sentido sul-norte, por volta das 22h, e a conduziram ao Hospital de Santarém, onde permaneceu acompanhada de uma filha, não regressando a Viana do Castelo no autocarro.
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6.6.06
|€| O imposto sobre as mensagens escritas, que a Comissão Europeia está a pensar criar, pode sair caro. Segundo contas do Jornal de Negócios, os portugueses teriam de desembolsar 156,44 milhões de euros, ou seja, cerca de 15,6 euros por pessoa.
Recorde-se que o Parlamento Europeu está a estudar o lançamento de um imposto sobre SMS e e-mails, para financiar os fundos comunitários. Cada mensagem escrita pagaria um imposto de 1,5 cêntimos.
Ora, segundo dados avançados pela Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom), o mercado nacional originou 2,6 mil milhões de SMS no primeiro trimestre do ano, o que, mantendo-se o ritmo, significaria mais de 10,4 mil milhões de mensagens escritas enviadas até ao final deste ano.
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