|!| Numa trivial conversa de café, foi colocada em cima da mesa a recente polémica sobre a formação académica do nosso primeiro-ministro, investigada pelo
Público. As atenções centraram-se mais no título pelo qual é vulgarmente conhecido – engenheiro José Sócrates – do que propriamente no seu currículo.
“Porquê chamar-lhe engenheiro, se ele não exerce essas funções enquanto primeiro-ministro?! É como chamar a um formado em medicina “doutor”, quando este é vendedor de automóveis! Ora, essa pessoa não está a exercer medicina!”
É aquilo a que chamaria a “cultura de títulos”. Senhor doutor para aqui, senhor engenheiro para acolá… As pessoas têm nome próprio, ou não?! Enfim, há, no entanto, quem faça mesmo questão. Pessoalmente sou “anti-títulos”. Já fui tratado por “Dr.” e não gostei. Frequentemente oiço “jornalista” e também não acho grande piada, apesar de estar no exercício dessas funções.
Este é um caso generalizado e que começa bem cedo. Quem é que não teve, enquanto petiz, pelo menos uma alcunha? “Quatro-olhos”, “baleia”, “pé-de-vento”, “libelinha”, são alguns “títulos” atribuídos e que substituíam os naturais João, Maria, António, Teresa. “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades” e num mundo cada vez mais global, qualquer diz o número de doutores e engenheiros
per capita atinge um valor tal, que ninguém se entende.
Não há nada como as coisas simples e naturais: Pedro (ponto).