Sem querer fazer qualquer tipo de defesa partidária, apenas deixo o “reparo”, uma vez que a legitimidade deste candidato é a mesma que a de Cavaco Silva, Francisco Louçã, Jerónimo de Sousa, Manuel Alegre e Mário Soares. Afinal, vivemos ou não num país democrático?
«Carta ao Presidente da República, à Comissão Nacional de Eleições, e Alta Autoridade para a Comunicação Social
Exmo. Senhor Presidente:
O escândalo da discriminação continua!
Face à iminência da apresentação da minha candidatura a SIC pretendeu disfarçar o seu silenciamento endereçando-me um verdadeiro convite envenenado, com apenas 24 horas de antecedência e para uma breve entrevista (apenas) na SIC Notícias, no mesmo dia e à mesma hora que a RTP transmitia o último dos discriminatórios “debates a dois” e a TVI emitia o último e muito aguardado episódio de uma conhecida telenovela. Depois, a propósito da apresentação formal da candidatura encomendou um breve e superficial serviço de imagem à Lusa TV, do mesmo passo que relativamente a uma outra candidata realizou – e muito bem – uma longa e completa reportagem sobre esse dia, acompanhando a mesma candidata desde o
início do dia.
Agora, que a minha candidatura foi entregue, formalizada e recebida pelo Tribunal Constitucional, a RTP – que anteriormente e perante a passividade de V/ Ex.ª realizou grandes entrevistas, de cerca de uma hora de duração, com cada um de apenas cinco dos candidatos, com a minha tão ostensiva quanto ilegal e discriminatória exclusão – veio agora com um “convite” para … uma minúscula entrevista de apenas oito minutos no decurso do telejornal, entrevista essa a realizar com todos os candidatos e pela ordem do boletim de voto!?
Ou seja: depois de se ter demonstrado que afinal sempre houve um candidato que foi ilegal e inconstitucionalmente afastado dos debates e entrevistas, agora, em vez de reparar semelhante escândalo, trata-se de o agravar ainda mais pela realização não apenas de minúsculas entrevistas mas também que abrangem igualmente aqueles que anteriormente já foram, ilegítima e escandalosamente beneficiados!
Pois não é óbvio que, depois de imposta a desigualdade e assim manipulada grosseiramente a opinião pública e a formação da vontade colectiva – de forma impune sob o pretexto de que ainda não havia candidaturas formalizadas – agora se finge respeitar a igualdade de tratamento nada ou quase nada fazendo, e invocando-se que esse “nada” é igual para todos?!...
É este o conceito de V/ Ex.ª de “igualdade de oportunidades e de tratamento das diversas candidaturas”?
E V/ Ex.as, agora qual é a desculpa esfarrapada que irão invocar para não denunciar e mesmo tratar de pôr cobro a este desaforo anti-democrático?
Ou vão, de vez, deixar clara a sua cumplicidade com esta verdadeira “ditadura de maiorias”?
Basta de aviltamento da Democracia!
Com os melhores cumprimentos,
António Garcia Pereira»
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